segunda-feira, 11 de junho de 2012

Crise derruba café no mês de maio!

O mercado de café teve um mês de maio negativo, acentuando o cenário baixista que já se observa há quase um ano. Os cafés negociados em Garça, do tipo 6/7, de melhor qualidade, iniciaram o mês passado com os preços variando entre 380 e 400 reais e terminaram no nível de 350 reais. Na bolsa de Nova Iorque, as quedas também se verificaram. A primeira posição abriu o mês próxima de 1,80 dólar por libra-peso e encerrou a 1,60 cents, ou seja quase 12 porcento menor.
Na análise de José Luiz Burato, da Burato Corretora de Mercadorias da cidade de Garça, as quedas refletiram um cenário técnico, mas foram causadas, principalmente, pela pressão externa exercida sobre os mercados “Mercado foi mais fraco, os preços recuaram, Nova Iorque recuou. Não atribuo isso especificamente ao mercado de café, mas acredito que muito está relacionado ao problemas da crise européia que fez com que praticamente todas commodities recuassem.
Em janeiro começamos com preços ao redor de 470 reais e hoje estamos praticamente 120 reais abaixo do que estava no início do ano. Um pouco desse recuo é até natural, já que o Brasil está entrando em uma safra de ciclo alto, mas, aliado a esses problemas externos, acredito que o recuo foi exagerado”, disse.. José Luiz Burato avaliou que as perspectivas de curto e médio prazo para o café são pouco favoráveis, ainda mais diante da entrada da nova safra.
Para ele, a pressão atual deve se manter até setembro ou outubro, caso não existam problemas climáticos ou outros acontecimentos. O especialista avalia que, de novembro para frente, o quadro deve voltar a melhorar e poderá ser possível a busca por níveis próximos a 400 reais. A região está em pleno processo da colheita do café, mas vem sendo prejudicada pelo alto volume de chuvas pouco comum para esta época do ano. Burato recomenda ao produtor redobrar os cuidados, pois o risco das atuais condições climáticas afetarem a qualidade do grão é muito grande.
Alguns produtores descapitalizados terão de vender os primeiros lotes da nova safra para dar seqüência ao trabalho de colheita. No entanto, existem alguns mecanismos que podem auxiliar o produtor neste momento criando condições para que ele venda a sua safra em momento mais adequado. “Para tentar minimizar um pouco esse quadro de baixa de preço, o governo tem sinalizado um volume expressivo de recursos para a pré-comercialização.
O que seria isso? O produtor colhe, beneficia o café, coloca no armazém geral credenciado do governo, no caso a Conab, recebe um warrant, um CDA, e ele vai em algum banco que tenha recursos liberados pelo governo e tenta fazer um financiamento. Aí, ele vai postergar a venda desse café por seis meses, um pouco mais. De repente, ele consegue vender a um preço melhor lá na frente”, complementou.

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