sábado, 8 de setembro de 2012

Para conquistar novos mercados, produtores investem no café orgânico

Fazenda recebe estrangeiros interessados no
café orgânico (Foto: Reprodução/EPTV)
A busca por hábitos e alimentos saudáveis abriu um novo segmento no mercado: o de orgânicos. Para conquistar esses consumidores, cafeicultores da região estão investindo no cultivo livre de agrotóxicos.

Em Águas da Prata (SP), uma fazenda cultiva 36 mil pés de café orgânico. O cultivo é semelhante à produção em condições naturais, sem agrotóxicos. Por isso, a quantidade de grãos por pé é menor do que no plantio convencional e a lavoura exige cuidados o ano todo. “Ele dá mais trabalho e por esse motivo merece mais cuidado. Tem que carpir, tem que roçar”, disse o trabalhador rural João Batista de Lima.

Essa dedicação encarece o café orgânico. “É um caminhão só para o transporte do café orgânico, um local de estocagem. Uma rastreabilidade para o consumidor saber que esse café realmente é orgânico. Por todos desses requisitos, ele fica em torno de 30% a 40% mais caro que o convencional”, explicou o gerente de vendas da fazenda, Marcelo Ramos.

Em São João da Boa Vista, uma outra propriedade já terminou a colheita. A lavoura recebe adubo natural, um preparo para próxima safra. O cultivo precisa de um investimento 20% maior do que na produção convencional. “No final você tem a recompensa porque a venda do produto tem uma rentabilidade melhor”, disse o administrador da fazenda, Fernando Augusto Pereira.


A fazenda recebe visitas de estrangeiros interessados na cultura do café orgânico. A origem do grão e como ele é cultivado são exigências do mercado externo que quer conhecer o perfil da produção brasileira. A francesa Laura Meunier trabalha em Londres e disse que o consumidor de outros países é exigente e quer cafés especiais, entre eles, o orgânico. Segundo ela, faz bem pra quem consome.
Em Machado (MG), Leandro Carlos Paiva, que é professor do Instituto Federal do Sul de Minas, conhece bem a produção de café no Brasil e acredita que o mercado do tipo orgânico poderia crescer mais. “Na medida que a pesquisa começa a caminhar em termos de produtos sustentáveis, produtos orgânicos, que mantém o equilíbrio de pragas e doenças dentro da lavoura, ele vai se tornar mais compensatório”, explicou.



Nas cafeterias de Poços de Caldas, o café orgânico ganha espaço no cardápio. A aposta é agradar os clientes pelo aroma e sabor. Para acentuar o sabor, o café orgânico é coado no filtro de papel direto na xícara. “Justamente para realçar essas características, ele é mais frutados, tem uma acidez um pouquinho maior”, afirmou a empresária Camila Medri.

sábado, 25 de agosto de 2012

Aberta as inscrições para o concurso de qualidade do café


Inscrições: Escritório da Emater-MG, à rua Pernambuco, 299.
Estão abertas as inscrições para o 5º Concurso de Qualidade dos Cafés de Poços de Caldas.  Poderão se inscrever todos os produtores de café do município, com lotes de café Arábica produzidos por eles no ano safra do concurso e que se enquadrem nas categorias Café Natural e Café Cereja (descascado, despolpado e desmucilado). As inscrições podem ser feitas no escritório local da Emater-MG, à rua Pernambuco, 299.
De acordo com a organização do evento, além de documentos pessoais, é necessário que o produtor compareça ao escritório da EMATER-MG com o COMPROVANTE DE DEPÓSITO para preenchimento da inscrição e assinatura do termo de compromisso, do termo de autorização de retirada de 5kg de amostras.
As atividades que fazem parte do concurso como a visitação às propriedades começaram  em julho. Agosto e setembro serão destinados às inscrições e testes sensoriais. O evento acontece no dia 29 de setembro na seda da CaféPoços, quando  acontece a Prova Final para a escolha dos cafés premiados; a Prova de Cafés para os Compradores; o Leilão dos Cafés Campeões e  Premiação do Concurso. O evento vai contar ainda com palestra do Professor Dr. Leandro Carlos Paiva que é Doutor em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras, que aborda o tema  “O Mercado de Cafés Especiais”.
O concurso teve inicio em 2008, sempre organizado em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet). A Prefeitura incentiva ainda mais a produção de cafés especiais,  através de ações como a construção e o asfaltamento de terreiros de café, além de cursos em parceria com o IF Sul de Minas, sindicato rural e o SENAR. De acordo com Ulisses Ferreira de Oliveira, coordenador de Fomento Agropecuário, “desde o início, o objetivo do concurso é incentivar os cafeicultores a produzirem cafés de qualidade superior, com maior valor agregado, para atingir novos mercados e também divulgar para o Brasil e o mundo a qualidade dos cafés de Poços de Caldas”.
O Concurso de Qualidade dos Cafés de Poços de Caldas é uma realização da CaféPoços e Instituto Federal do Sul de Minas Gerais,com apoio da Prefeitura (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho), Sindicato Rural de Poços de Caldas e EMATER-MG. Outras informações podem ser acessadas no site www.cafesespeciaispocosdecaldas.com
Após o concurso, a  organização do evento irá apresentar os lotes premiados, ou seja, os melhores cafés do município, no Espaço Café Brasil,  uma feira internacional de café que  será realizada no ExpoCenter Norte, em São Paulo (SP) de 4 a 6 de outubro.  Importante ferramenta de integração entre todas as pontas da cadeia cafeeira, o Espaço Café Brasil traz, anualmente, profissionais de todas as partes do Brasil e também do mundo para trocar experiências, realizar negócios e apresentar seus lançamentos. A inscrição vai até 6 de setembro.
O evento contou também com a presença do pró-reitor de ensino do Instituto Federal do Sul de Minas, Marcelo Simão da Rosa, que aproveitou o momento para enaltecer a importância da qualificação do profissional rural. Rosa que é coordenador da área de Bovinocultura Leiteira do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho, ainda fez uma ligação do leite com o café. “O leite e o café produzidos, nesta região do Sul de Minas, são especiarias que a cada ano ganham espaço em âmbito nacional, por isso a preocupação com a excelência e qualidade dos produtos”, completou.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Crise derruba café no mês de maio!

O mercado de café teve um mês de maio negativo, acentuando o cenário baixista que já se observa há quase um ano. Os cafés negociados em Garça, do tipo 6/7, de melhor qualidade, iniciaram o mês passado com os preços variando entre 380 e 400 reais e terminaram no nível de 350 reais. Na bolsa de Nova Iorque, as quedas também se verificaram. A primeira posição abriu o mês próxima de 1,80 dólar por libra-peso e encerrou a 1,60 cents, ou seja quase 12 porcento menor.
Na análise de José Luiz Burato, da Burato Corretora de Mercadorias da cidade de Garça, as quedas refletiram um cenário técnico, mas foram causadas, principalmente, pela pressão externa exercida sobre os mercados “Mercado foi mais fraco, os preços recuaram, Nova Iorque recuou. Não atribuo isso especificamente ao mercado de café, mas acredito que muito está relacionado ao problemas da crise européia que fez com que praticamente todas commodities recuassem.
Em janeiro começamos com preços ao redor de 470 reais e hoje estamos praticamente 120 reais abaixo do que estava no início do ano. Um pouco desse recuo é até natural, já que o Brasil está entrando em uma safra de ciclo alto, mas, aliado a esses problemas externos, acredito que o recuo foi exagerado”, disse.. José Luiz Burato avaliou que as perspectivas de curto e médio prazo para o café são pouco favoráveis, ainda mais diante da entrada da nova safra.
Para ele, a pressão atual deve se manter até setembro ou outubro, caso não existam problemas climáticos ou outros acontecimentos. O especialista avalia que, de novembro para frente, o quadro deve voltar a melhorar e poderá ser possível a busca por níveis próximos a 400 reais. A região está em pleno processo da colheita do café, mas vem sendo prejudicada pelo alto volume de chuvas pouco comum para esta época do ano. Burato recomenda ao produtor redobrar os cuidados, pois o risco das atuais condições climáticas afetarem a qualidade do grão é muito grande.
Alguns produtores descapitalizados terão de vender os primeiros lotes da nova safra para dar seqüência ao trabalho de colheita. No entanto, existem alguns mecanismos que podem auxiliar o produtor neste momento criando condições para que ele venda a sua safra em momento mais adequado. “Para tentar minimizar um pouco esse quadro de baixa de preço, o governo tem sinalizado um volume expressivo de recursos para a pré-comercialização.
O que seria isso? O produtor colhe, beneficia o café, coloca no armazém geral credenciado do governo, no caso a Conab, recebe um warrant, um CDA, e ele vai em algum banco que tenha recursos liberados pelo governo e tenta fazer um financiamento. Aí, ele vai postergar a venda desse café por seis meses, um pouco mais. De repente, ele consegue vender a um preço melhor lá na frente”, complementou.

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